Dizem que, só se lembram do último e do primeiro lugar, em uma classificação de rodeio. Ouvi isso de Adriano Moraes, tricampeão mundial da PBR certa vez. O assunto em questão era. “Ninguém se lembra do segundo lugar”.

Ás vezes gosto de andar na contramão, e fui atrás dele, do Moraes, para saber dele essa questão de segundo lugar.

O Moraes, em questão aqui, é Flávio Moraes , de Maracaí (SP), casado, pai, 31 anos de idade, e 16 anos de rodeio.

Nesse tempo, ganhou oito motos e um carro. No ano de 2013, ele foi segundo lugar no Circuito Rancho Primavera, chegou a final com chances, mas não deu.

E para que essa tese de que ninguém se lembra do segundo lugar, caia por terra,  fui conversar com “Lacraia” como é conhecido entre os competidores. Coincidência ou não, na temporada 2014, ele ocupa justamente o segundo lugar, assim como terminou em 2013.

Eugênio José: Como começou o interesse pela montaria?

Eu trabalhava com equinos, cavalos, e certo dia um amigo me chamou para ir assistir um treino de montarias. Daquele dia em diante tomei gosto e não larguei mais.

Como foi seu começo no rodeio?

Foi difícil, trabalhei montando arena, um bom tempo. Durante o dia trabalho braçal e a noite montava em touros.

Quantos ossos você já quebrou montando?

Nunca quebrei nada

Qual foi o touro mais difícil que você montou, ou qual foi a sua melhor montaria?

Vou responder as duas perguntas com uma só resposta, ou melhor, um só touro. Sonzera, da Cia LFC do Dr. Eraldo, foi o touro mais difícil que já montei até hoje, e foi a montaria inesquecível, foram 92 pontos em Quintana (SP).

Quais suas fontes de renda além do rodeio?

Minha única fonte de renda é o rodeio.

Como administrar os ganhos variáveis e incertos de um competidor?

Não gastar com ‘Bobageira’

O que seria ‘bobageira’?

Não ficar em festas, gastando com bebidas. Gastar só o necessário

O que faltou para você ser campeão?

Cai de uns touros durante a temporada que não era pra ter caído, o que me deixou fora das finais.

Certo, mas  em Quintana você chegou com chances reais de ser campeão, no primeiro dia você não optou por Ri-Rider (Montar em outro touro), e no segundo dia você escolheu um touro que você sabia que parava, ao invés de escolher um que daria mais nota e bônus.  Se pudesse voltar atrás faria diferente?

Não! ( Respondeu convicto). Faria a mesma coisa, as mesmas escolhas.

Mas, porque ficar com uma nota na casa de 70, sendo que tinha um carro em disputa?

Eu pensei naquele rodeio, em chegar a final daquele rodeio, e entreguei nas mãos de Deus. Não me arrependo de nada.

Você já monta com o Rogério Paitl, idealizador do Circuito desde 2002. Então já conhece o sistema e método de trabalho. O que a chegada do campeonato mudou?

Melhorou muita coisa. A boiada, a premiação está sendo maior, com certeza foram coisas positivas.

Como está Flávio Moraes, para a temporada 2014?

Focado, preparado, continuo montando bem e vou brigar novamente pelo título.