Embora todos achassem loucura, Rafael Ribeiro, tinha no seu coração que deveria voltar a montar antes do prazo estabelecido, sua confiança lhe rendeu o título no em Lins (SP)

Não são todos dos dias que a palavra coincidência faz o seu papel, mas foi ela, a coincidência que recuperou a auto estima, a confiança do competidor Rafael Ribeiro, de Murutinga do Sul (SP), na final de Lins onde ele se sagrou campeão no último final de semana pelo Circuito Rancho Primavera.

Rafael Ribeiro foi o campeão da etapa de Lins em 2015 e, por incrível que pareça, a situação com que tudo aconteceu foi muito parecida.

Em 2015, Rafael estava liderando o campeonato, chegou como um dos favoritos, porém, entrou na final em segundo lugar de nota e sorteou o estreante touro ‘Exclusivo’ da Cia Califórnia que mais tarde seria o touro do ano do CRP. Marcou 91,50 pontos e com a queda do líder do rodeio, Ricardo Rosseto, sagrou-se campeão, continuou na liderança, era candidato ao título, mas não chegou como um dos competidores com chances de título na final.

O que aconteceu? Rafael mesmo responde:

- Faltou sabedoria, deixei problemas externos interferirem no meu trabalho, faltou procurar um pouco mais a Deus – Disse Rafael

A vitória de 2016 em Lins, foi de uma maneira muito parecida, sorteou ‘Cangaceiro’ da Cia 3B, um dos melhores do Brasil, sério candidato a melhor touro de 2016, estava em segundo lugar de nota e, graças ao animal que sorteou conseguiu ultrapassar Keny Roger que não caiu mas, seu animal não teve um bom rendimento.

Um ano depois, Rafael Ribeiro voltou a vencer no CRP, no mesmo local, mas com situações diferentes, era o 13º no ranking e, com o braço fraturado, acidente que aconteceu em um treino.

- Eu não estava montando tão ruim assim, ai eu te digo que faltou sabedoria para mim, eu não precisava fazer aquele treino, mas fiz e aconteceu o que aconteceu, claro que, tudo isso tem sido um aprendizado.

Ao chegar no médico com um braço fraturado, a notícia – Você precisará ficar quatro meses sem montar – Foi o que o médico pediu, mas ele não obedeceu.

- Eu sou pai de família, o sustento dela (família) vem do meu trabalho, com quarenta dias eu estava de volta as arenas – Explica Rafael

Foi preciso se adaptar a situação, trabalhar/montar no touro tentando vence-lo e ao mesmo tempo tentando defender o braço, muitas vezes os tombos são assustadores, pois, ele não tem forças na mão livre (a fraturada) para desamarrar a outra mão da corda.

- Eu acredito que sim, porque precisei montar mais do que eu montava, me concentrar mais do que eu me concentrava, precisa ser cuidadoso, então acho que isso ter participação – Respondeu sobre se, a dedicação com a mão fraturada trouxe um novo ritmo que resultou na vitória de Lins.

A vitória trouxe a confiança de volta, e trouxe também Rafael para mais perto dos líderes agora ele é o sétimo no ranking. Ele acredita que a vitória também serviu para silenciar os críticos.

- Quando eu voltei a montar quarenta dias após a fratura, muitos companheiros disseram que eu ia ficar sem braço, que eu ia quebrar de novo, mas no fundo do meu coração eu sentia que dava para voltar e voltei – Explica

Rafael acredita também que a confiança fica renovada e cresce muito com uma vitória dessas, em todos os sentidos, seja financeiro, físico, ou espiritual.

- Hoje eu procuro mais a Deus, antes eu não fazia isso com tanta frequência, acredito que tem me ajudado e, todas essas situações serviram de grandes e fortes aprendizados. Essa vitória me animou muito, estou mais confiante – Finaliza

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Foto: Ricardo Mariotto

Por Eugênio José – MTB: 67.231/SP

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