Ficar no Brasil e melhorar o condicionamento físico são as prioridades do campeão do CRP
O atual campeão do CRP disse em entrevista que irá ficar mais um ano no Brasil e, que precisa mudar seu condicionamento físico.
Dentro de um ônibus, em janeiro de 2019, Wingson Henrique, viajava para o RADAR CRP, em Assis (SP) cheio de dúvidas e com nenhuma certeza. Sabia que precisava usar seu talento, mas precisava contar com a sorte.
Eram 160 competidores, poucas vagas e poucas chances de mostrar seu talento novamente, em etapas do CRP, o que ser tornava a oportunidade ainda mais difícil, pois, teria que lutar contra os melhores, os melhores touros.
Você pode achar estranho quando usei a palavra sorte, sim, ela sempre esteve com Wingson Henrique, mas sempre veio depois do talento. Menos no RADAR a sorte veio antes, pois, as vagas haviam acabado, quando ele decidiu procurar. Alguém se contundiu, e então o avisaram. Ele foi atrás, do competidor que se machucou e conseguiu a vaga.
Sorte, talento e porque não falar em destino, como são as coisas, Deus escreve a história de casa um do seu jeito e nunca do jeito simples, ele poderia ter ligado antes, conseguido a vaga, mas não, precisou alguém se machucar para ele conseguir a vaga.
Assim como este começo, todos conhecem o resto da história, mas agora é interessante relembrar
“Não pensava em muita coisa, não sabia o que aconteceria como minha vida, quando estava indo de ônibus para o RADAR” Explica Wingson “Foi acontecendo uma coisa de cada vez, pensava em montar bem e garantir a vaga e ela aconteceu”
Daí em diante, as etapas foram acontecendo e Wingson foi vencendo os touros, entrando nas finais, marcando pontos
“Quando comecei, fiquei preocupado em não conseguir se manter no ranking, eu estava disputando com os caras que eu via pela internet e, sabia da qualidade de todos, sabia do meu potencial, porém, eu ainda era um desconhecido, se eu saísse do ranking, dificilmente eu conseguiria voltar” Lembra Wingson “Essa preocupação foi comigo até eu conseguir entrar no TOP10 do ranking, desde então, me preocupei só com os touros, não precisei ficar preocupado com isso, que acabava interferindo na concentração no desempenho em cima dos animais”
Wingson sonha em silencio, não é de falar muito e de verdade, tenho certeza que ele não é um cara de ficar fazendo contas e planos, tanto que, só foi acordar que poderia estar em Quintana, na final, depois da vitória em Santa Albertina em junho.
“Quando ganhei Santa Albertina, enxerguei que poderia fazer a final em Quintana” Lembra “Depois de Junqueirópolis, quando abri uma vantagem, percebi que poderia brigar pelo título e comecei a pensar e sonhar dentro de uma realidade sobre ele”
Do anonimato, ao cara que ganhou duas COPAS, dois carros, três etapas, estreou e foi finalista em Rio Verde e Barretos, venceu “Briga de Galo” da Cia Tercio Miranda duas vezes, concidentemente em Rio Verde e Barretos, passou a ser um nome conhecido, respeitado e fez história dentro do CRP.
Pela primeira vez um competidor ganhou Campeão da Temporada e Revelação do Ano.
Temos que respeitar a matemática, mas dentro de uma lógica, ele acabou conquistando também o título de forma antecipada. Era uma missão nível ‘milagre’ para os concorrentes tirarem o título dele. Tudo isso aos vinte anos de idade.
A viagem para Quintana foi um pouco mais tranquila, com carro próprio, junto com a namorada, ele sabia que sua missão era apenas erguer o troféu e colocar a fivela na cinta, de campeão da temporada.
Não podemos deixar de mencionar que o DNA de competidor, vem de berço, seu pai montou em touros, o Sr. Wilson da Silva, e ele é sobrinho do Moacir Arnaldo, “Naldinho” de Naviraí.
“Foi muito legal, ter a família toda por perto, foi eu e a namorada, no primeiro dia, depois foi meu pai, minha mãe e minha irmã” Explica “Eles sempre viram tudo pela internet ficaram impressionados com a organização do Circuito Rancho Primavera.
Para Wingson nada mudou, dentro de sua cabeça, já no dia-a-dia e, no mundo virtual tudo mudou.
“É até estranho a quantidade de mensagens que recebo nas redes sociais, eu até tento responder a todos, mas não consigo, são muitas” Explica “Peço até desculpa, mas realmente são muitas e, a gente precisa concentrar nas montarias”
“Porém, todo esse carinho é muito importante e fico muito feliz com as pessoas que gostam de nosso trabalho” Explica
Muito se sondou sobre a possível ida de Wingson para os EUA, ainda em 2020, ele mesmo havia comentado que tinha estes planos, porém, há uma nova rota em seus planos.
“Há algumas coisas que preciso repensar, uma delas é a questão de eu não fazer academia, não treinar fora dos touros, eu senti o cansaço da temporada, então, depois da primeira etapa em Borá (SP), vou mudar esse foco, vou me preparar mais, preciso de um pouco de mais de resistência, preciso estar 100% com meu físico” Explica Wingston
“Outra coisa que decidi é que vou ficar no Circuito Rancho Primavera em 2020, eu havia comentado que iria aos EUA, mas decidi ficar” Revelou “Quero pegar mais experiência, melhorar o físico e com esse tanto de carro que irá ter na temporada 2020, quero fazer mais uma temporada aqui, montar bem” Disse
“EUA é um sonho, é um projeto, porém, preciso chegar lá mais preparado e mais uma temporada aqui no Brasil, irá me dar isso”
“Sei que todo campeão do CRP teve uma temporada seguinte ruim, não estou preocupado com isso, quero dar o meu melhor, quero continuar a montar bem, o resto é consequência” Finalizou Wingson que montou em 127 touros na temporada, vencendo 92 com o aproveitamento de 72%. Ele montou em 32 eventos.
CAMPEÕES CRP 2019
Temporada: Wingson Henrique
Revelação do Ano: Wingson Henrique
Touro do Ano: Baleado, Cia Tercio Miranda
Campeão Quintana: Davi Henrique