Entrevista com o atual campeão do Circuito Rancho Primavera Fábio Eleutério
O mês de dezembro para Fábio Eleutério, competidor de Mira Estrela (SP), 21 anos, cinco anos de rodeio, terminou de forma positiva.
Após vencer o touro ‘Problema’, o último a ser montado por ele em Quintana (SP), pegou sua corda e foi para o fundo dos bretes, Fábio Eleutério tinha uma dúvida. POSSO SER CAMPEÃO? Ele precisava esperar acabar o rodeio, ou melhor, a montaria de Samuel Tiago, que acabou caindo.
Mesmo assim, não sabia, afinal ele desperdiçou o touro que ele havia escolhido no sábado. Minutos se passaram, onde um perguntava. Eu ai ganhou? A resposta estava pronta. Não sei!
A premiação começou e os melhores classificados da etapa, melhor boiada, melhor touro e ele lá. Inquieto, eufórico, ansioso. Enfim anunciaram o campeão, ele Fábio Eleutério conquistava seu primeiro título nacional.
Dois meses depois conversei com Fabinho, como é conhecido, sobre a temporada atual, que já não começou como acabou 2014. Confira entrevista:
Já aconteceu a primeira etapa e você não foi bem. Sabemos que não é todo dia que um bom competidor vai bem. Na etapa de Santa Cruz do Rio Pardo, o título pesou alguma coisa?
Eu não vou falar que pesou, acredito que não tenha dado tempo para isso. O que aconteceu lá foram fatores extra arena. Minha corda de montaria quebrou, tive que emprestar, montar com outra, no primeiro dia montei com uma corda muito baixa, machucou minha mão, não estou colocando culpa na corda, porém se eu estivesse com minha corda normal isso não teria acontecido.
Conte-nos como foi o seu pós titulo, sabemos que foi uma disputa muito grande. Você comemorou muito nos dias seguintes.
Sai de Quintana, muito feliz, a disputa foi acirrada até o último touro. Foi algo que mudou um pouco a minha rotina, eu queria muito um título de campeonato, comemorei muito nos dias após a final. Agora é seguir em frente e tentar esse campeonato de novo.
Esse ano a premiação será de 100 mil reais, e você não foi bem na primeira etapa. A gente sabe que dá tempo e você tem capacidade para recuperar, porém, não pode dar brecha, ir mal nas próximas né?
Agora tenho que mostrar reação, se não ir bem outra vez começa a ficar ruim, pensando em título. Quero recuperar logo e ficar competitivo novamente.
Como você avalia a chegada dos novos tropeiros na Associação TOP10?
Então, antes a gente já conhecia todos os touros, agora tem muitos bois novos, muda um pouco. Agora chegaram uns touros mais difíceis temos que acostumar com eles também.
Você acha que touros mais difíceis deixa a disputa um pouco apimentada. Notei que o ano passado, em razão desse conhecimento dos competidores sobre os touros, alguns competidores era como se fosse previsível eles entrarem na final, sendo você um deles.
Eu acredito que sim, se tiver só touro bom, é difícil alguns competidores caírem, mas se tiver touros mais duros (difíceis), vai ficar mais acirrada, com certeza vai apimentar a disputa, precisa de uns touros para derrubar, para a competição ter um pouco de imprevisibilidade.
Embora se passasse apenas uma etapa, e você como atual campeão é o favorito, mesmo não indo bem na primeira etapa. Quem seriam os seus adversários e automaticamente os candidatos ao título em 2015?
Tem muitos que vão entrar e outros entraram, porém não sei se vão seguir, vou me basear nos que estavam com a gente em 2014. Davi Henique, Samuel Tiago, Rafael de Muritinga, tem bons nomes, é difícil apontar, temos o Lucas Divino, o Keny Roger acredito que vai disputar este ano com a gente, tem muito competidor, é difícil apontar alguém, o que sei que vai ser mais disputado do que ano passado.
Como é a preparação física de Fábio Eleutério fora do rodeio?
Eu estava meio parado por esses tempos, meu ombro deslocou e em razão disso eu estava impossibilitado de realizar atividades físicas mais intensas, fiquei fortalecendo o ombro na fisioterapia, agora que vou voltar a fazer exercícios. Montar em touros e academia, essa é minha rotina de treinamento.
Por Eugênio José – MTB: 67.231/SP
Foto: Ricardo Mariotto