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Keny Roger falou sobre o medo de amputar a perna após ter contraído bactéria no início do ano

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Nós já sabemos que o Keny Roger é ‘duro’, bom, em cima do touro, porém, a sequência de contusões e suas idas e vindas nos dá sensação que há algo a mais em Keny Roger.  

O que ele é, não sei classificar, mas posso dar algumas alternativas: nasceu para montar em touros, abençoado, extraterreste, mutante, difícil explicar, mas ao ler este texto você vai concordar que ele não é igual aos outros.

Não sei quantas histórias escrevi sobre ele, o que sei, é que sempre há algo novo e interessante.

Voltemos na etapa do Circuito Rancho Primavera de Arandu (SP) emarço de 2018. Keny saiu de casa como saiu centenas de vezes, rumo a mais um rodeio, junto com o companheiro de viagem André Pereira.

Havia levado uma pisada na batata da perna dias antes, até o momento, tudo estava normal, apesar de uma pequena dor, nada demais, para quem monta em touros.

A viagem foi acontecendo e aquela pequena dor foi aumentando de forma incontrolável e insuportável.

Quando chegou ao rodeio, a dor não parou e foi tomando proporções indescritíveis, logo decidiu que não ia montar, ele era o líder do campeonato.

“Alguns competidores falaram que eu estava fazendo onda, mas não estava, era uma dor, a perna queimava e eu não sabia o que fazer” Explica Keny “Fomos ao hospital, e quando cheguei desmaiei de dor, mas não era só um desmaio, era uma parada cardíaca”

Se Keny demorasse mais um pouco, não teria reversão, ele precisou ser reanimado com medicamentos para voltar.

Tudo isso foi provocado por uma bactéria e, esse não foi o único susto.

Keny ficou vários dias na UTI – Unidade de Tratamento Intensiva e essa bactéria foi criando resistência no organismo de Keny, os remédios não faziam efeitos.

“A perna foi inchando, o nervo travou e os remédios não faziam efeito, e a dor só aumentava e minha perna não evoluía para a cura, só para a dor” Explica Keny

Foram dois longos meses de muito sofrimento, principalmente no primeiro mês, Keny chegou a pensar o pior

“Passa sim pela nossa cabeça o medo de morrer, mas minha perna arruinou tanto, que chegou um momento que eu imaginei que teria que amputá-la, esse era meu maior medo” Explica Keny sobre a gravidade

Com a bactéria espalhada pelo sangue, os remédios não fazendo efeito, Keny passou dias sem saber o que fazer, sem saber o que ia acontecer, como ele mesmo descreveu, até esperando coisas piores.

Minha mãe foi meu anjo da guarda todo esse tempo, ela é enfermeira e simplesmente não ia embora, fazia o turno dela de trabalho e depois ficava comigo, esteve me tranquilizando, esteve conversando com os médicos, esteve ao meu lado o tempo todo” Disse Keny

Tantos dias deitado em uma cama, tantos dias sem certeza de nada, porém, uma coisa nunca passou pela cabeça de Keny, apesar de todo sufoco: Parar de montar

“Hora nenhuma eu pensei em parar de montar, embora tenha passado vários tipos de medo” Disse “Eu só pensava em sair dali e voltar a montar”

Dois meses, longe das arenas, até que o médico o liberou no final de maio, dois dias depois, sem montar em ‘um’ touro sequer, Keny foi montar em Bandeirantes (SP) e, advinha o que aconteceu? FOI CAMPEÃO DO RODEIO

Várias vezes estive escrevendo sobre as voltas de Keny Roger, mas esta foi a que mais me impressionou, afinal o caso foi bem mais grave e a volta, mais triunfal.

Uma semana depois foi para um rodeio de carro em Patos de Minas, só caiu de um animal, na sequencia um rodeio de seis dias, na Etapa do CRP em Adamantina, não caiu de nenhum touro novamente.

Em Iacri (SP), rodeio de duas turmas, ele caiu, e não conseguiu voltar mais, porém em São Pedro do Turvo (SP) voltou a vencer todos os touros e consagrou-se campeão, o terceiro título na temporada, o quinto no Circuito Rancho Primavera

Como ficou parado dois meses, saiu da liderança para a 18ª posição, agora, com os dois títulos (Adamantina e São Pedro do Turvo) está na sexta posição

Tem o melhor percentual de paradas na temporada, 86%, venceu 19 dos 22 touros que montou. E é o quarto lugar na Copa Inverno.

“Acredito que é Deus que me protege de tudo, passei por muitas coisas na arena, e agora passei por essa fora da arena, foi complicado, mas graças a Deus estou bem, e não podemos parar” Finaliza Keny Roger

Por Eugênio José – MTB 67.231/SP

contato@eugeniojose.com.br

Foto: Ricardo Mariotto

 

 

 

 

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